segunda-feira, 26 de julho de 2010

Entendendo a Mãe Divina

Histórias (STORIES)
KALI - Entendendo a Mãe Divina
Kali


Kala significa Ignorância, Kali afasta essa Ignorância. Ela leva embora a ignorância de todo indivíduo que esforça-se no caminho para a perfeição pela execução de disciplinas espirituais de austeridades purificatórias. Exatamente como todas as cores do espectro estão mescladas no negro, e ainda assim permanece negro, também, Kali, que é completamente Escura, Incognoscível, leva embora toda a Ignorância, contudo Ela, Ela Mesma, permanece inalterada.

Kali significa Tempo e é significa a Causa; Kali, a Causa de Tempo ou Ela Quem está Além do Tempo. Toda existência tem sua percepção dentro do tempo, e portanto a Causa de Tempo, Ela Quem está Além do Tempo, ativa a Consciência para a percepção, permite a Consciência perceber.

Ela usa uma guirlanda de cabeças de pensamentos impuros, os quais Ela tem cortado das personalidades de Seus devotos. Ela derruba todos os conceitos contraditórios que debatem suas várias ideologias dentro da arena da mente, acalma os ruídos tumultuosos de conflitos mentais e a aflição de apegos egotistas, toma as manifestações físicas para Si Mesma, e faz uma guirlanda de perplexidade. Assim Ela usa todo karma como um ornamento, conquanto Ela pára os ruídos da mente ativa, deste modo Seus devotos podem experimentar a pureza de paz interior.

Assim, como a Destruidora de Madhu e Khaitabha, Muito e Pouco, Ela coloca Seus devotos na balança de divina meditação.

Ela é chamada Camunda, A que mata a Ira e a Paixão, Quem corta todos os pensamentos coléricos e paixões impuras, juntamente com suas tremendas armadilhas. Quando Canda e Munda, Ira e Paixão, lançaram milhares de discos em Sua direção, Ela simplesmente abriu Sua boca amplamente, e todas aquelas terríveis armas entraram no portal para o infinito, absorvidas Nela, e ficando sem efeito.

Ela tomou todos os cavalos da cavalaria de pensamentos, juntamente com suas carruagens e cocheiros; elefantes com seus condutores, protetores e armaduras; e incontáveis milhares de guerreiros do exército de pensamentos; Ela colocou-os dentro de sua boca e começou a mastigá-los. Ela tomou todos os soldados dos exércitos opostos à divindade, todos os exércitos de pensamentos, projeções, especulações, e imediatamente Ela os digeriu a todos.

Observando a destruição da confusão, os Deuses experimentaram extrema alegria! Veja quanta contemplação, preconceitos e atitudes dos quais nós temos sido liberados! Tendo abandonado todas as dificuldades, todos os pensamentos, o próprio ego, para Kali, a mente experimenta a extrema paz e prazer!

Raktabija executou grandes austeridades, e a ele foi concedida a dádiva que quando uma gota de seu sangue tocasse o solo, nesse mesmo lugar um novo Raktabija nasceria com a mesma vitalidade, coragem e força, a mesma capacidade de captar a mente. Rakta significa vermelho, a cor; também significa sangue e paixão; mais especificamente, uma paixão por alguma coisa - Desejo. bija significa a semente; Raktabija literalmente traduzido como a Semente de Desejo.

Veja como ele manifesta na ação. Para acompanhar seu desejo, ele multiplica-se em incontáveis novos desejos com a mesma intensidade, a mesma capacidade de encantar a mente, tudo o que busca conveniente satisfação. Conforme desejamos uma coisa, uma gota de sangue toca o solo, e imediatamente, automaticamente, um novo “alguma coisa” é requisitado para preencher este desejo. Outra gota.

Isso segue indefinidamente, causando uma contínua necessidade de agir. Sempre que uma Semente de Desejo toca o solo, uma nova Semente de Desejo nasce neste mesmo lugar. Basicamente a terra toda tem estado ocupada com Sementes de Desejo.

Vendo isso e entendendo bem a tremenda significação do desejo disseminado, os Deuses tornaram-se extremamente desanimados. Abalados nós todos chamamos pela Mãe Divina para ajudar-nos. “Ó compassiva Kali, coloque para fora Vossa língua e beba todos os desejos da existência. Somente Vossa boca tem capacidade suficiente de consumir todos os desejos! E quando vós digerirdes todos os desejos, então os Deuses serão livres de desejos.”
Por isso Ela mostra Sua encantadora, vermelha e saliente língua - para fazer toda a existência livre de desejo.

Kali é mais freqüentemente descrita como estando em pé sobre o corpo semelhante a um cadáver, do Senhor Shiva, dançando sobre o palco da Consciência. Ela é a forma perceptível de Consciência. Consciência é percepção. Melhor que o ator, Consciência é o observador de toda ação. Isto é porque o Senhor Shiva é mostrado como um corpo inanimado: parado, imóvel, seus olhos estão fixos, assentados sobre a imagem da Mãe Divina. Tudo que Consciência percebe é a dança de Natureza.

Ela está dançando para enfeitiçá-lo, para que Ele dirija Sua atenção para ela. Mas Shiva não esquece que é a Natureza quem está dançando, não o Eu; e Ele permanece o Observador silente. Este corpo é a Natureza. Eu sou Consciência, o observador silente de todas as ações de Natureza. Eu não sou o executor. Este corpo atua de acordo com sua natureza, porque esta é a sua natureza. Recordando isto, Eu sou livre, um entre os ouvintes em um teatro assistindo o drama da vida.

Kali é a Natureza personificada - não necessariamente a força escura da Natureza, mas tudo da Natureza: A Mãe Natureza, como Ela dança sobre o palco da Consciência. Assim como todas as qualidades residem juntas, os três Gunas: Sattva, Rajas e Tamas; atividade, desejo e descanso, Kali personifica os Três. No entanto, Ela é mais freqüentemente associada com Tamas.

Tamas significa escuridão, mas não necessariamente no sentido de ignorância. Há uma escuridão que obscurece a percepção externa. E há uma escuridão que expõe a luz. Kali como a personificação de Tamas, é a Energia da Sabedoria.

Ela espalha Sua escuridão sobre os desejos mundanos, faz dos inquiridores indiferentes às aparências externas transitórias, auto-suficientes internamente. Pura Consciência sabe que o mundo de matéria continuará a girar conforme sua natureza, num fluxo cíclico de criação, preservação e transformação - a roda da vida. Ela se move por sua própria anuência.

Quando uma pessoa pode interiorizar-se, sem identificação ou ligações com as mudanças externas, então a suprema verdade pode ser realizada.

Kali é jnashakti a energia de Sabedoria, a intuitiva iluminação interna comparada com a contemplação intelectual do exterior. Conhecimento é concebido, sabedoria é intuitiva. Quando Kali afasta a escuridão do mundo exterior, Ela concede a iluminação do mundo interior. Tal é a Sua Graça.

Com o amor de Kali nos tornamos descomprometidos, livres das reações, os observadores silenciosos dos estímulos e reações que as ações e interações nos trazem. Nós paramos de reagir emocionalmente às circunstâncias da vida, e antes, planejamos nossas ações para serem mais eficazes; de modo que rapidamente possamos completar nossas contribuições necessárias para a criação conforme nossos karmas, e ocupar nosso tempo tendo prazer na Consciência Universal. Este é o caminho que Kali mostra.



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